29 de dezembro de 2014
No dia 25 de Dezembro foi Natal no mundo todo e meu primeiro natal longe de casa.
Confesso que fiquei mal mas prometi a mim mesma que não iria derramar
nenhuma lagrima se quer e se deramasse seria apenas por felicidade de
estar realizando um sonho.
Na noite anterior minha família me ligou
quando o relógio do Brasil bateu meia noite, pude conversar com toda a
familia e matar um pouco da saudade. Também recebi aquelas mensagens
positivas que só tia sabe dar, me ajudando a dar um up! no ânimo.
Nos
Estados Unidos são poucas pessoas que comemoram a véspera de natal,
então neste dia, que aqui parece um dia normal, o que nos restou fazer foi
ir as compras (hobby preferido da minha host mom). Levantamos cedo e
fomos para Kalamazoo, compramos o que tínhamos que comprar e fomos para a
casa da minha host sister mais velha, Summer. Ficamos lá a tarde toda
até voltarmos para casa.
No dia 25 acordei tarde, preparei o pavê de
nozes e desejei feliz natal para o resto da familia. Ajudei a limpar a
casa e fui terminar de embrulhar os presentes. Fiquei cerca de
uma hora no meu quarto e quando voltei me deparo com uma pilha
gigantesca de presentes em cima da mesa, fiquei paralizada pois nunca
tinha visto tantos presentes na minha vida e não era nem o começo.
O
pessoal foi chegando e depois de muita conversa decidimos abrir os
presentes. Juro que na sala tinha mais de 100 presentes, depois desse
dia tive a certeza que americano leva o consumismo a um nível fora do
normal. Eles começam as compras no Black Friday e so param um dia antes
do Natal, é coisa de louco! As crianças recebem tantos presentes que nem
se juntar todas as crianças da minha familia inteira em todos os anos
não teríamos metade do que eles tem e ainda reclamam, choram e fazem
birra querendo mais e mais, pude compartilhar essa experiência com
outros intercambistas que acham assim como eu que aqui eles não tem o
mesmo valor do Natal que nós temos, eu não recebo presente de natal
todos os anos e isso não importa para mim, o que importa é estar reunida
com a família mas aqui a cultura é totalmente diferente pois Natal é
mais importante pelos presentes.
Confesso que ganhei alguns
presentes mas mesmo assim fui a que menos ganhei e já esta ótimo por quê pelo menos
lembraram de mim já que eu tinha a sensação que nem Feliz Natal iria
ganhar.
Foi uma boa experiência, a comida quase a mesma que no
Thanksgivin, presunto assado, purê de batatas, gravy, stuffing, deviled
eggs e o meu pavê de nozes e doce de leite que sem querer me mostrar
ficou uma delícia e pelo jeito eles não gostaram muito, tudo que já fiz
aqui eles olharam torto... Só sinto pena.
Logo depois chegaram mais
pessoas com mais presentes e mais comida. Jogamos um jogo em que você
pega uma palavra ou frase e tem que fazer mímicas e o seu time tem que
acertar, foi bem engraçado e amei esse jogo.
Os presentes que ganhei foram:
1- Uma luva que dentro tem uma massa de cookie e formato de flocos de neve
2- Lixa de unha e cremes hidratantes
3- EOS de blueberry
4- Colar escrito love
5- Copo termico e azul com flocos de neve
6- A calça mais fofinha e confortavel que ja me deram
1- Uma luva que dentro tem uma massa de cookie e formato de flocos de neve
2- Lixa de unha e cremes hidratantes
3- EOS de blueberry
4- Colar escrito love
5- Copo termico e azul com flocos de neve
6- A calça mais fofinha e confortavel que ja me deram
7- Headphones
8- Camiseta pink de manga longa escrito Michigan
9- Bolsa da Guatemala (minha nova paixao)
10- A famosa meia com muitos chocolates e outros doces
11- Pijama
8- Camiseta pink de manga longa escrito Michigan
9- Bolsa da Guatemala (minha nova paixao)
10- A famosa meia com muitos chocolates e outros doces
11- Pijama
O Natal foi legal, melhor do que minhas expectativas mas nada que passar na sua casa, com a sua família e sem presentes né?!Ok vou parar de reclamar mesmo estando de homesick e parecer tudo mais dificil.
Marcadores: americanos, costumes, Festa, Intercâmbio, Natal
23 de dezembro de 2014
Sair de uma cidade como São Paulo com facilidade ao transporte publico, apesar de ser ruim, com tanta coisa pra fazer, eu com 17 anos não conheço nem a metade, com tantas pessoas e um trânsito caótico a todo momento é muito difícil de se adaptar quando te colocam em uma situação totalmente inversa.
Eu moro em uma cidade chamada Decatur no estado de Michigan, aqui tem poucas pessoas, não tem transporte público, não tem nada para fazer e quando dois carros estão na sua frente eles já acham que o mundo vai acabar por quê nunca viram um trânsito como este.
Aqui pelo menos tem Subway e Mc Donalds por quê as cidades vizinhas nem isso tem. Ainda pra melhorar moro em uma casa afastada, dez minutos de carro e umas quatro horas a pé, da cidade o que faz ser ainda pior.
Me adaptar aqui ainda é muito difícil, no Brasil eu so ficava uma semana na chácara da minha avó e depois voltava para SP. Já aqui é todo dia a mesma coisa e repito que não tem nada pra fazer.
Mas existe a parte boa! Aqui é muito quieto, tranquilo e lindo. É muito bom você poder ver o pôr do sol todos os dias, dormir sem barulho de carro, quando chove tem cheiro de mato e antes de colherem as uvas você podia ir na plantação, pegar uva do pé e também o cheiro chegava aqui em casa, uma delícia.
Quando estava no Brasil se queria ir ao shopping era so pegar o ônibus, o trem, metrô e ir mas aqui você depende de um carro para tudo, uma parte negativa dos EUA. Quando vim pra cá achava o máximo, país de primeiro mundo deve ser top. Coitada me enganei, país de primeiro mundo e transporte público apenas nas grandes cidades?? que isso?! Preferia o de SP mesmo sabendo que muitas vezes nos deixa na mão mas muitas vezes nos salva. Com isso mudei de opinião sobre o transporte publico no Brasil e vou voltar amando andar de trem. Nos Estados Unidos as pessoas começam a dirigir com 16 anos, outra coisa que desaprovo, então todas as pessoas da minha idade, ou a maioria, já tem carro e se viram indo para onde quiserem.
Para ir a Kalamazoo, maior cidade próxima a mim, é so a cada um mês. Infelizmente minha host mom vai para lá toda quarta feira mas é no horário em que estou na escola então dependo mais ainda o que já esta me tirando do sério pois tenho que esperar a boa vontade de alguém para me levar.
Pelo fato de morar no meio do mato e antes no meio do milho aqui não tem sinal e eles se recusam colocar WiFi, já tentei de tudo, o que me faz ter que ficar depois da escola todos os dias durante duas horas na biblioteca já que lá tem free WiFi e eu posso usar.
A cidade tem um supermercado, uma loja de materiais de construção, Subway, Mc Donalds, um outro restaurante, Dollar General, dois salões de cabeleireiro, uma farmácia, consultórios de dentista e casa de idosos. Não vejo a hora de voltar pro meu trânsito caótico por quê descobri que não nasci pra viver em uma cidade como esta. Já disse que so volto pra morar nos Estados Unidos se for pra morar em New York e ser rica, se não for isso estou bem em Sampa. Mas também sei que quando estiver no meio do meu trânsito caótico de SP vou sentir muita fata desta calmaria toda, a qualquer momento que você vai ao mercado não tem ninguém na sua frente, todo mundo conhece todo mundo, tem todos os tipos de culturas em uma pequena cidade e com pessoas tão solidárias como em Decatur.
Aqui, como em qualquer outra cidade pequena, existem as fofoca. Todo mundo sabe da vida de todo mundo e se não sabe alguem vai contar pra ti e você vai ficar sabendo rapidinho.
Em Decatur existem muitas plantações de milho e uva no verão e primavera, no inverno não cresce nada, apesar de ser uma experiência nova e depois de quatro meses eu continuar neste processo de adaptação tenho certeza que vai ser bom pra mim e de alguma forma vou aprender alguma coisa mesmo algumas vezes tendo crises de raiva como: "POR QUE VIM PARAR NESSE FIM DE MUNDO???"
Marcadores: Intercâmbio
18 de dezembro de 2014
O Zoológico não é muito grande e também não tem todas as espécies de animais mas é muito bem cuidado e organizado.
Começamos olhando os animais menores como lhama e as cabras. Uma coisa bem legal é que alguns animais você pode tocar e deixar que as crianças façam carinho neles, são todos amorosos. Vimos o urso, tomamos sorvete e aproveitamos os bancos vazios para descansar um pouco.
Neste Zoológico eles tem uma estátua de um dinossauro em tamanho real então você se sente uma formiga comparado a este animal enorme.
O espaço estava cheio já que o dia estava ensolarado mas não muito quente, estava perfeito.
Deixamos o melhor para o final. Pegamos um ônibus que anda no meio do zoológico e que nos leva para um outro lado chamado Zuri National Park Ranger Station. Lá a decoração é toda rústica e artesanal, fomos na lojinha do Zoológico e seguimos nosso caminho. Passamos por uma toca toda decorada como se fosse um acampamento com lamparinas, sacos de dormir, comida em lata etc descemos em uma escada enorme em uma trilha no meio da mata, paramos na metada para ver um fóssil de algum animal que não lembro qual era e continuamos ate chegar na melhor parte do Zoológico: as girafas.
Deixamos o melhor para o final. Pegamos um ônibus que anda no meio do zoológico e que nos leva para um outro lado chamado Zuri National Park Ranger Station. Lá a decoração é toda rústica e artesanal, fomos na lojinha do Zoológico e seguimos nosso caminho. Passamos por uma toca toda decorada como se fosse um acampamento com lamparinas, sacos de dormir, comida em lata etc descemos em uma escada enorme em uma trilha no meio da mata, paramos na metada para ver um fóssil de algum animal que não lembro qual era e continuamos ate chegar na melhor parte do Zoológico: as girafas.
Quando fomos chegando perto e vi bastante gente em um espaço mas nunca imaginei que tinha girafas de verdade e que as pessoas estavam as alimentando. Fiquei encantada porque sempre amei girafas, sempre as achei tão lindas e ali de pertinho quase chorei de emoção. As crianças amaram e aprendemos varias coisas sobre as girafas com os guias que estavam lá. Todas são muito dóceis e estavam adorando o almoço, podíamos alimenta-las com alface e outras verduras, e fiquei triste em saber que a tínhamos que voltar para casa.
Ah o Outono estava mostrando as suas caras então todas as arvores estavam laranjas! a coisa mais linda <3
Marcadores: Conheci por ai, Intercâmbio
15 de dezembro de 2014
Sempre que estou sem ideia do que escrever pergunto para as minhas amigas para que alguma delas seja a minha salvação e me dê alguma ideia sobre o que trazer de novo para vocês. Foi então que o assunto em que menos pensei em abordar, pois é fácil de se achar na internet, ainda é uma das dúvidas mais frequentes que todo pré intercambista uma hora ou outra tem.
Hoje vou falar um pouquinho sobre o tipo de visto que intercambista deve ter e como foi a minha experiência de ter que fazer tudo em uma semana.
O visto de estudante para os Estados Unidos é chamado de J1, tem a duração de dez meses e é o que todo intercambista tem que ter.
O visto de estudante para os Estados Unidos é chamado de J1, tem a duração de dez meses e é o que todo intercambista tem que ter.
Muitos amigos contrataram especialistas para resolver este processo do visto pois é muito pratico, o despachante te da um papel com todos os documentos que você precisa ir atrás, você devolve tudo certinho e ele que vai correr atrás de agendar entrevista e todo o resto. Fácil, prático e caro.
Eu decidi fazer por conta própria, fiz o passaporte sozinha também, foram dias sem dormir porque meus pais não entendem disso então eu que tive que fazer milhões de pesquisas, achar todos os documentos, separar tudo, preencher o formulario da DS 160 e so fazer com que meus pais pagassem a taxa MRV, com o valor de $160, e assinassem o que precisasse.
É difícil mas não é impossivel. Por sorte existem pessoas com ótimos corações nesse mundo cibernético que fizeram um passo a passo de como tirar o visto americano e foi com este passo a passo que apesar de apreensiva tive meu visto aprovado.
A minha historia também não foi tão fácil... Para começar eu tive que esperar muito tempo para que o documento que provasse a minha matricula em uma escola americana chegasse em minhas mãos e ai sim marcar para tirar foto, biometria e a entrevista para o visto. Isso tudo aconteceu de segunda a quinta feira, no sábado eu embarcava. Foi uma correria e não pretendo passar nunca mais por isso.
A primeira parte para se ter um visto J1 é preencher todo o formulário da DS 160 indicado neste site e pagar a taxa MRV. A segunda parte consiste em agendar o dia em que você ira tirar a foto para o visto e a biometria no CASV mais próximo da sua casa e também a entrevista para saber se o seu visto foi aprovado ou não.
Fui na segunda feira de manhã no CASV Alto de Pinheiros- SP cheguei mais cedo e nem precisei pegar fila, entrei sozinha, tirei a foto, fiz a biometria com todos os dedos e sai. Acabou em menos de 10 minutos, apreensão para nada.
A entrevista estava marcada para quarta feira a tarde e lá estava eu no Consulado Americano junto com meus pais. Tive que entrar apenas com a minha mãe e durante a fila todos estavam apreensivos, quietos, olhando no relógio e alguns suando frio o que me fez ficar mais nervosa. Passamos por todas as partes de revista e fomos para uma sala enorme com muita gente e aguardamos ate chamarem meu nome.
Fui ate a cabine e lá o Consul era um homem jovem e americano, ele começou falando em português e perguntou quem iria fazer a viagem minha mae respondeu que seria eu, ele perguntou se eu falava inglês e eu disse que sim (menti na cara dura) então em inglês ele perguntou para que estado e cidade eu estava indo, quantos meses eu iria ficar, quem estava pagando meu intercambio e qual a serie que eu seria. Respondi tudo ate que bem, eu estava nervosa entao gaguegei na última pergunta mas consegui falar que seria Senior ou 12th grade que equivalem a um terceiro ano no Brasil. Ele voltou para o português e pediu para que minha mãe mostrasse algum comprovante do pagamento do intercambio, mostramos e ele disse "Ok so ir buscar o visto no mesmo local em que você tirou a foto e a biometria na próxima terça feira" Eu e minha mãe paramos, olhamos e eu já ia começar a chorar ate porque minha passagem estava comprada para SÁBADO! Minha mãe calma como sempre explicou que eu iria sábado e não teria como atrasar já que as aulas começariam na terça feira, ele avisou que ia verificar alguns documentos e se adentrou no imenso escritório que ficava atrás dele. Voltou cinco minutos depois e me encontrou tendo uma parada cardíaca dizendo que tinha conseguido adiar para aquela sexta feira e que eu estava aprovada!! Ainda esbanjou fofura me desejando "good luck!". Como a minha mãe é bem z03ir4 combinamos de falar para o meu pai que eu não tinha sido aceita e depois contar a novidade para ele. Foi o que aconteceu, falei que meu inglês foi péssimo, o Consul não tinha entendido nada e que eu não soube explicar qual era a minha série. Gente pensei que meu pai ia me matar ali mesmo ou que ele mesmo iria morrer, foi engraçado e eu deveria ter gravado.
Foi assim que em meio da correria tudo da certo. Fiquei muito apreensiva com a entrevista mas a verdade é: não tem porque. O segredo é manter a calma, falar devagar e respirar sempre se for preciso tome um cha calmante antes de entrar mas saiba que na hora que voce sair você vai olhar pra trás e dizer: serio que era so isso?
Se tiverem mais dúvidas sobre este assunto podem me perguntar que eu vou fazer uma FAQ ou então te responder separadamente, não quis falar sobre documentos pois este site em que indiquei explica tudo e explica tudo muito bem e se você achar melhor contratar alguém contrate pois as vezes é melhor do que dor de cabeça, imagine se da algo errado?! Claro que se você fizer tudo certinho não vai dar mas confesso que ate hoje não acredito como eu sozinha tirei meu visto e meu passaporte haha
Boa sorte neste ultimo processo pessoal! beijos.
Boa sorte neste ultimo processo pessoal! beijos.
Marcadores: Pré Intercâmbio, Visto
11 de dezembro de 2014
Nunca imaginei que um abraço faria tanta falta. Dizem que americanos são muito frios, onde moro realmente são. Muito raro ver alguém se abraçando e quando se vê e aquele ato frio com direito a um tapinha nas costas. Falta de abraço e o inicio para minha homesick de todo mês.
Geralmente não tenho homesick e acho que estou indo muito bem neste quesito, sinto muita falta dos meus pais, da minha sobrinha e da minha irma o que e normal para uma intercambista.
Ja teve vezes de eu estar mal ir abraçar alguém e me empurrarem! Pois e, já aconteceu muito. Onde moro os americanos são daqueles que seguem o estereotipo que nos brasileiros costumamos dar aos gringos, mas também não e em todo o Estados Unidos que isto acontece e também não são todos os americanos.
O mais engraçado aqui são quando duas pessoas começam a namorar. Eles só andam de mãos dadas e se abraçam quando chegam na escola e quando vão embora. Também tem todo o drama, todos os dias vejo muitas meninas chorando e os meninos fazendo uma cena que poderia ser colocada como cena adicional no High School Musical. -garota passando no corredor chorando com duas amigas consolando e o menino olha, abaixa os olhos, bate a cabeça no armário e anda se arrastando com lágrimas nos olhos dizendo baixinho "me perdoa"- Juro!!! E bem engraçado de se ver e muito estranho.
Ja ouvi dizerem que nos brasileiros somos muito grudentos e afetuosos, tenho orgulho de ser brasileira. Nos costumamos nos cumprimentar com um beijinho no rosto ou um abraço e aqui e apenas um tchauzinho de longe, se for um guri não pode nem sorrir que já falam que vocês estão namorando.
Outro choque cultural que tenho muita dificuldade de me adaptar aqui na minha família e o fato de eles terem pessoas preferidas. A mãe tem a filha preferida e a trata bem, já os dois outros não faz muita questão se esta bem ou não. E assim e fazem isso não só com os filhos mas com todas as pessoas e ate com os netos! Fico de boca aberta de ver mas eles são criados assim, então os “não preferidos’’ já estão acostumados e nem ligam, se minha mãe falasse que preferia minha irma a mim do estilo americano eu me jogava da ponte de tanta tristeza.
Os americanos tem muitos costumes diferentes dos nossos, alias tudo e diferente. Mas isso e muito bom, você aprende querendo ou não aceitar a cultura oposta e se adaptar a isso ou então você enlouquece em 10 meses. Com esse choque já aprendi a ser independente e ate estou me tornando a ser mais fria do que já costumo ser, bom pra quem pretende viver sempre longe. Faz falta? Faz e muita mas você aprende a viver e isso se chama desafios de intercambio.
Esses foram e são os choques culturais que mais tenho dificuldades de me adaptar, nunca mais vou recusar um abraço, um sorriso ou algum afeto brasileiro porque nunca senti tanta falta do nosso calor humano. Agora estou planejando um "free hugs" o que acham?? brinks.
Marcadores: americanos, costumes, Intercâmbio
9 de dezembro de 2014
As regras da casa são simples: todos ajudam de alguma forma.
Isso foi explicado indiretamente no primeiro dia enquanto voltávamos da festa na piscina que tinha ocorrido. Voltei com o meu host dad e ele me disse isso bem
lento com um inglês bem fluente que era pra não deixar duvidas, quando estava no
Brasil morria de medo desse assunto e já tinha um esquema de perguntar as
regras da casa para os dois quando tivesse oportunidade, ainda bem que ele já
deixou claro porque não sabia como começar esse assunto, ate porque família e
casa não existem regras, cada um faz o possível dentro do seu bom senso.
John e uma pessoa bem direta, disse que não queria que eu comesse no meu quarto pois uma ex intercambista colocava papel de chocolate, bala e salgadinho embaixo do colchão e que deixou o quarto um lixo quando foi embora, ele pediu para que eu não me envolvesse em problemas porque não queria se decepcionar comigo, que iria me tratar como se fosse a filha dele e que estava abrindo a casa deles para mim e que eu não precisava retribuir isso. Ele me explicou que eles vão a igreja todos os domingos e que eu podia ir com eles, eu teria que ajudar a Bonnie de alguma maneira, não precisava lavar o banheiro, o chão nem nada, precisava cuidar do meu quarto e tirar boas notas.
No Segundo dia eu pedi para que me ensinassem como colocar a louca na maquina, onde guardar as coisas, como lavar e secar minha roupa e e isso o que faco ate hoje.
Todo domingo e dia de arrumar o quarto, lavar roupa, guardar roupa para a próxima semana. Meu quarto sempre foi bagunçado com roupa no chão, no primeiro mês aqui tentei manter ele limpo mas agora já esta como e no Brasil.
Ajudo com o que e possível mas também tudo tem seu limite,
coloco sempre a louca pra lavar e depois guardo, algumas vezes coloco o lixo pra
queimar, organizo meu quarto, deixo o banheiro limpo, passo o vaccum na sala de sábado ou quando ela pede para fazer alguma coisa a mais.
Todos os domingos vou a igreja, eu não sou uma pessoa religiosa mas meus pais do Brasil são, decidi parar de ir a igreja pelo fato que parei de acreditar na maioria das coisas que falavam mas aqui fico cerca de cinco horas na igreja, confesso que não gosto e não e legal vou mesmo pelas pessoas da igreja que são muito legais e me ajudam em tudo. Eles me ensinam muita coisa sem ser sobre deus e me acolheram muito rápido que hoje já faco parte da família e vou pra igreja sabendo que alguma parte vai ser boa. Também posso praticar o inglês pois as leituras são com palavras mais elaboradas. Ja pude perceber que meus host parents ficam felizes quando participo de alguma coisa que eles gostam pois e o mínimo que tenho que fazer quando eles fazem tudo por mim. Logo que cheguei eles me disseram que eles não iriam mudar os planos deles pelos meus e muito menos eu tenho que mudar meus planos pelos os deles, então quando saio com meus amigos de domingo e não vou a igreja eles entendem e eu tenho que entender que eles também não vão faltar a igreja para me levar aonde quero.
Com o tempo você vai se acostumando a casa, a família e vai se sentindo parte desde circulo, eu ainda não me sinto 100% da família mas tento estar sempre incluída nos planos deles e fazer com que eles estejam incluídos nos meus. A cada dia as coisas melhoram, ate que fique perfeito e seja hora de voltar pra casa deixando uma nova casa para trás e assim tentar recomeçar uma nova rotina, conhecer novas pessoas, novas palavras para seu vocabulário e tudo outra vez.
Marcadores: Intercâmbio
1 de dezembro de 2014
Minha primeira semana foi tranquila. Logo
quando cheguei meus host parents me buscaram no aeroporto e já fui conhecer a
filha deles e a netinha que são uns amores. Fomos a uma festa na casa de uns
amigos deles que estavam comemorando Labor Day, tinha piscina e todos estavam
jogando vôlei, foi bem divertido. Conheci o pessoal da igreja que por sinal me
receberam muito bem e tiveram muita paciência em esperar meu inglês fluir para então tentarem entender o que eu estava querendo dizer. Eu estava bem nervosa mas foi divertido e
um bom começo.
A pior parte foi ir para meu quarto, aqui
as casas são de madeira então o cheiro e diferente das casas do Brasil e meu
quarto e no porão sem muita iluminação o que faz o cheiro ficar mais forte, não e um cheiro ruim mas totalmente diferente do que eu estava acostumada, foi bobagem mas isso me fez chorar a primeira semana todas as noites.
Meu inglês era péssimo, mal conseguia me
comunicar com as outras pessoas. Tentava de todos os jeitos e fazia muita mímica. Eles me deram bastante independência na casa, falando que eu poderia pegar o que quisesse a hora que
quisesse o que foi muito legal pois não fiquei muito envergonhada.
Conheci a minha coordenadora e os
intercambistas que moram com ela, foi bom conhece-los antes do primeiro dia de
aula, que seria no dia seguinte, assim eu me acalmei.
No primeiro de aula eu acordei bem cedo,
troquei de roupa e fiquei no meu quarto esperando ouvir algum barulho do piso
de cima, minha host mom me chamou e eu fingi que tinha acabado de acordar ate
pegar coragem e subir. Fomos conversando o caminho todo de casa ate a escola
que duram exatamente dez minutos, entrei com o pé direito e tendo os melhores
pensamentos para aquele novo desafio que estava ali na minha frente. Não
entendi nada o que a mulher estava tentando me explicar na secretaria. Minha
primeira aula foi de Inglês e a professora fez uma gincana em que você
precisava levantar e ir falar com as pessoas para pegar seus nomes e suas respectivas características, o que me fez
conhecer algumas pessoas. Meu primeiro dia ate agora foi o melhor de todos, eu
estava tão feliz e tão animada, que nunca vou esquecer daquele dia. Todas as pessoas em que
precisei fazer alguma pergunta me ajudaram, aqui eles são muito solidários com quem precisa (aka intercambistas) e também fiquei muito grata por não passar o almoço sozinha e
algumas pessoas virem falar comigo.
A maior dificuldade disso tudo foi o inglês,
nunca imaginei que seria tão péssimo você querer se comunicar e não conseguir. Foi
bem difícil este começo mas nada que um Dorflex no final do dia me salvasse de uma possível crise de
loucura.
A primeira semana se passou e comecei a me
apaixonar por este lugar mesmo não sendo minha casa. É incrível o fato de que
todos os dias eu tenho a oportunidade de aprender alguma coisa nova, uma palavra
nova, ter sentido um gosto diferente ou ter a oportunidade de conhecer uma
pessoa nova que ira me fazer adquirir uma nova experiência e aprendizado a cada
minuto. É realmente TUDO novo.
Intercambio esta sendo um sonho, existem
momentos ruins, péssimos, bons e maravilhosos e esses momentos depende apenas
de você. Não e fácil viver com tanta pressão e viver sempre tentando agradar as
pessoas, ser legal para ter amigos ou para que a host family goste de você mas
devemos pensar que um dia isso acaba e pelo menos para mim já tenho certeza que
quero tudo isso novamente, que irei sentir muita falta e que nunca irei me
arrepender de ter tido essa ideia maluca de fazer intercambio.
Marcadores: Intercâmbio